Desde cêdo
Levantamento inédito da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) aponta que a idade média do início do consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes é menor que a de jovens adultos. A pesquisa revela ainda que 35% dos jovens de 14 a 17 anos consomem bebidas alcoólicas uma vez por ano
Adolescentes e jovens adultos apresentam diferenças na idade média para começar a ingerir bebidas alcoólicas e no início do consumo regular. Essa é uma das conclusões do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira.
Segundo a pesquisa, jovens de 14 a 17 anos começaram a beber, em média, com 13 anos e 9 meses, enquanto os adultos começam com 15 anos e 3 meses. Já os jovens de 14 a 17 responderam que iniciam o consumo regular de bebidas alcoólicas, em média, com 14 anos e seis meses, enquanto os maiores de 18 anos, com 17 anos e 3 meses.
Em um universo de adolescentes representativo das várias regiões do País e de áreas urbanas e rurais, quase 35% dos adolescentes menores de idade consomem bebidas alcoólicas ao menos 1 vez no ano. E 24% dos adolescentes bebem pelo menos 1 vez no mês.
O beber em grande quantidade com maior risco em um curto espaço de tempo, ou o beber em binge, é a prática que mais deixa o adolescente exposto a uma série de problemas de saúde e sociais. Os riscos vão desde acidentes de trânsito – o evento mais comum e com conseqüências mais graves – até o envolvimento em brigas, vandalismo e a prática do sexo sem camisinha.
Entre os meninos e meninas que já beberam 4 ou mais ou 5 ou mais doses (essa quantidade é estipulada internacionalmente para o binge) em uma única ocasião nos últimos 12 meses, metade o fez menos de 1 vez por mês. Por outro lado, 30% deles beberam em binge 2 vezes por mês ou mais. Assim, uma parte significativa dos adolescentes que bebem grandes quantidades apresenta tal comportamento com regularidade.
Quase metade dos meninos adolescentes que beberam no último ano consumiu 3 doses ou mais por situação habitual. Há diferenças entre meninos e meninas no que diz respeito à quantidade de álcool ingerida habitualmente. Quase um terço dos meninos que bebem consumiu 5 doses ou mais no último ano, contrastando com 11% para as meninas.
E 13% do total dos adolescentes apresentam padrão intenso de consumo de álcool. Além disso, outros 10% dos adolescentes consomem ao menos 1 vez no mês e potencialmente em quantidades arriscadas.
Aproximadamente, metade das doses consumidas por adolescentes é de cerveja ou chope. Para chegar a essa conclusão, cruzaram-se dados sobre a quantidade de doses consumidas de cada bebida e a freqüência com que são consumidas.
Os vinhos tiveram também uma participação importante, com mais de 30% das doses consumidas por adolescentes. Não houve nenhuma diferença significativa entre os gêneros no que diz respeito aos tipos de bebida (embora os meninos tivessem uma tendência a beber mais destilados do que as meninas) .
Pela primeira vez, um estudo brasileiro mediu a intensidade do consumo de bebidas alcoólicas no país. Segundo dados da pesquisa, 48% da população se diz abstêmia, 24% bebem frequentemente (uma vez ou mais por semana e 5 ou menos doses por ocasião) e pesado (bebem uma vez ou mais por semana e consomem 5 doses por ocasião) e 29% são bebedores pouco freqüentes e não fazem uso pesado de bebida. A pesquisa revelou também que 12% da população tem algum problema com o álcool. O levantamento foi feito entre novembro de 2005 e abril de 2006 e foram realizadas 3.007 entrevistas da pesquisa, sendo 2.346 adultos com mais de 18 anos e 661 adolescentes entre 14 e 17 anos, em 143 municípios de norte a sul do país. Os dados mostrados são representativos de 100% da população brasileira, com exceção da população indígena e das populações que vivem em locais de convívio coletivo, como quartéis, asilos, internatos, entre outros.
O consumo nocivo de álcool é responsável por cerca de 3% de todas as mortes que ocorrem no planeta, incluindo desde cirrose e câncer hepáticos até acidentes, quedas, intoxicações e homicídios. Nos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, as bebidas alcoólicas são um dos principais fatores de doença e mortalidade, com seu impacto deletério sendo considerado entre 8% e 14,9% do total de problemas de saúde dessas nações.
A pesquisa revela, por exemplo, que a cerveja ou chope é a bebida mais consumida pelos brasileiros quando se comparam bebidas pelo número de doses consumidas anualmente. De todas as doses anuais consumidas por brasileiros adultos dos dois gêneros, de qualquer idade e região do País, em torno de 61% são de cerveja ou chope, 25% de vinho, 12% destilados e 2% as bebidas “ice”. Entre os destilados, a cachaça (ou pinga) é a bebida mais consumida, seguida pelo uísque e o rum.
O levantamento mostra que os jovens de 18 a 24 anos são os que mais bebem e em quantidades maiores do que aqueles com 60 anos ou mais. Essa diferença chega a ser 89% maior quando são comparados aqueles com os jovens de 18-24 anos. Até os 44 anos, mais de 30% dos brasileiros que bebem consumiram geralmente 5 doses ou mais nas ocasiões em que beberam.
De acordo com o levantamento, 52% dos brasileiros acima de 18 anos bebem (pelo menos 1 vez ao ano). Entre os homens são 65% e entre as mulheres 41%. Na outra ponta estão os 48% de brasileiros abstinentes, que nunca bebem ou que bebem menos de 1 vez por ano. No grupo dos adultos que bebem, 60% dos homens e 33% das mulheres consumiram 5 doses ou mais na vez em que mais beberam no último ano. Do conjunto dos homens adultos, 11% bebem todos os dias e 28% consomem bebida alcoólica de 1 a 4 vezes por semana – são os que bebem “muito freqüentemente” e “freqüentemente”. A maioria dos brasileiros adultos ou não consome bebidas alcoólicas ou bebe de maneira potencialmente arriscada.
Os homens e as mulheres bebem com freqüências marcadamente diferentes. Os homens apresentam índice de abstinência menor do que as mulheres (35% para eles e 59% para elas). As diferenças do beber entre homens e mulheres são também claras nas freqüências mais altas (muito freqüente e freqüente), em que os homens apresentam porcentagem mais alta do que as mulheres.
As mulheres são maioria no consumo baixo: até 2 doses. Por outro lado, 38% dos homens que beberam no último ano geralmente consumiram 5 ou mais doses de bebida alcoólica em cada ocasião (versus 17% das mulheres). Ou seja, daqueles homens que bebem álcool, um número expressivo bebe usualmente quantidades potencialmente prejudiciais.
As diferenças entre os tipos de bebida consumidos por homens e mulheres dizem respeito ao vinho (bebido mais freqüentemente pelas mulheres) e aos destilados (consumidos mais pelos homens). Cervejas (quase dois terços do total consumido) e bebidas “ice” (responsáveis ainda por pequeno consumo) não apresentaram diferenças no consumo entre os gêneros.
Se a Região Sul apresenta índices maiores de consumo freqüente, é nas outras regiões (especialmente Nordeste, Centro-Oeste e Norte) que os brasileiros bebem geralmente em maiores quantidades nas ocasiões em que consomem bebidas alcoólicas. Na Região Nordeste, por exemplo, 13% dos bebedores reportaram consumo usual de 12 ou mais doses por dia de consumo e um quarto dos bebedores relatou consumir 5-11 doses nessas ocasiões.
O consumo de destilados é mais alto nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Consome-se mais vinho na Região Sul, quando comparada com o Nordeste. Tanto cerveja quanto as bebidas “ice” são consumidas de maneira semelhante nas várias regiões do País.
Há variação no consumo de bebidas de acordo com a classe socioeconômica - Quase 2/3 dos indivíduos de classe A geralmente bebem até 2 doses, enquanto perto da metade dos brasileiros da classe E consome 5 ou mais doses por situação habitual. Apesar das diferenças parecerem grandes, elas ocorrem sobretudo nas classes A e E, em que as bases (número de indivíduos analisados em cada categoria de quantidade de consumo) para análise são muito pequenas. Além das medidas distintas de freqüência e quantidade de consumo, é interessante verificar qual o quadro que aparece no Brasil quando são integradas essas duas variáveis.
Embora a maior porcentagem de pessoas que bebem esteja nas classes A e B e na Região Sul, é nos Estados do Norte, do Centro-Oeste e do Nordeste e na classe E que se consome o maior número de doses a cada vez que se bebe.
Grande parte dos que bebem já se excederam uma ou várias vezes, criando situações de alto risco. Segundo o estudo 28% dos brasileiros já beberam em “binge”, o que significa beber de forma abusiva em um curto espaço de tempo até ficar embriagado. O termo “binge drinking”, é estipulado internacionalmente em 5 doses para homens e 4 para mulheres.
Chamou a atenção o fato de que os que beberam na forma de “binge” foram mais freqüentes do que aqueles que não consumiram álcool nessa forma. 28% dos pesquisados beberam na forma de “binge” no último ano, contra 24% que não. A freqüência pela qual esse fenômeno ocorre é comum: mais de 50% os que bebem em “binge” o fazem pelo menos 1 vez por semana. A cerveja é responsável por 70% do beber em “binge”. Do ponto de vista da saúde pública, é importante notar que esse tipo de beber ocorre com mais freqüência entre os jovens. Cerca de 40% da faixa etária de 18 a 34 anos bebeu na forma de “binge” e somente 22% não consumiu dessa forma.
Fonte: Paraná Online
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